A poeta e cantora Bani Thani, do século 18, foi retratada por um importante artista da Escola de pintura de miniatura de Mewar, do Rajastão
A Índia tem a sua Monalisa: Bani Thani, poeta e cantora da corte de Kishangarh (atual estado indiano do Rajastão) no século 18 foi magistralmente pintada pelo artista Nihal Chand.
O artista, de Kishangarh, pertence à famosa Escola de pintura de Mewar Kishangarh. Bani e o raja (rei) Samant Singh (1748-1764) simbolizam o amor romântico na terra dos casamentos aranjados.
O raja abdicou do trono e os dois foram morar em Vrindavam, lugar associado a Krishna, de quem Samat Singh era devoto.

Nessa pintura de miniatura, a graciosa Bani, vestida com roupas típicas do Rajastão, é ilustrada com as sobrancelhas arqueadas, olhos puxados e queixo pontudo, como era característico dessa linha de desenho artístico.
A pintura de Bhani foi inspirada em Radha, a eterna companheira de Krishna, a divindade que é uma encarnação de Vishnu. Radha e Krishna são o mais forte símbolo do amor romântico.
A relação entre Bani e rei Samant Singh foi solidificada pelo amor que ambos tinham pelo canto, pela poesia e pela devoção a Krishna.
O raja, como os reis são chamados na Índia, encomendou pinturas a artistas para ilustrar o relacionamento dos dois de forma semelhante a que tradicionalmente se fazia com Radha e Krishna.
O Rajastão é um centro de várias escolas de pinturas de miniaturas, feitas com pincéis finíssimos. Alguns desses pincéis são tão finos que possuem apenas um pelo de determinados animais. As escolas mais famosas são as de Mewar, Marwar, Hadoti e Dhundar. Em 1973 a Índia lançou até mesmo um selo comemorativo para homenagear a sua Monalisa, essa pintura icônica da heroina da poesia e da pintura de Kishangarh.
— Equipe Beco da Índia
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